Antes de receber o ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) debochou da Missão de Observação Eleitoral (MOE), da Organização dos Estados Americanos (OEA), no Brasil. Lezcano é chefe da missão.
Em conversa com apoiadores sobre a agenda do dia, Bolsonaro disse que receberia Lezcano. Entretanto, perguntou às pessoas “o que ele observaria” no Brasil.
“Eu vou estar agora com o chefe dos observadores [da Missão de Observação Eleitoral], que vai observar as eleições. Vou perguntar pra ele: ‘Vem observar o quê?’”, disse Bolsonaro, em tom de ironia. Alguns minutos após a fala, o presidente se encontrou com a comitiva da Organização dos Estados Americanos (OEA), no Palácio do Planalto.
A Missão de Observação Eleitoral (MOE) iniciou sua implantação diante das eleições gerais de 2 de outubro. Integrada por 55 especialistas e observadores de 17 nacionalidades, a missão estará presente em 15 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e o Distrito Federal.
Ainda nesta segunda-feira, o ex-chanceler se reúne com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, às 17h.
Apesar da ironia do chefe do Executivo, Lezcano disse que a conversa com Bolsonaro foi “cordial”. “Com o presidente da República, mantivemos uma reunião muito cordial. Nós estamos levantando os depoimentos de todos os candidatos, de maneira que, oportunamente, vamos fazer nosso relatório […] Por agora, prefiro ser transparente em nossos diálogos, que se mantêm no início.”
Objetivos
O projeto da OEA tem como objetivo monitorar o pleito brasileiro, nos aspectos de tecnologia e organização eleitoral, votação no exterior, Justiça Eleitoral, financiamento político, campanhas e liberdade de expressão, participação política de mulheres, participação de grupos indígenas e afrodescendentes e violência eleitoral.
A intenção de Lezcano é se reunir com autoridades eleitorais e governamentais, líderes políticos, observadores nacionais e outros representantes da sociedade civil para analisar todos os prismas que envolvem a eleição. Ao fim, será apresentado um relatório com recomendações e observações feitas pela comissão.
Questionado sobre a data do encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o representante da OEA afirmou não terem chegado a um acordo, mas que a equipe da missão está em contato com o petista.
Veja o vídeo:
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