**Ronaldo Cesar Barros Pinto
A covid longa também é chamada de síndrome pós covid. É definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um conjunto de sintomas que se desenvolvem até três meses do covid-19, com duração de pelo menos dois meses e que não podem ser explicadas por outro diagnóstico alternativo.
A prevalência da covid longa ainda é variável, podendo ser de 6,2% a 20% dos pacientes infectados, sendo mais comum em pacientes do sexo feminino e com o avançar da idade.
Os sintomas da covid longa são amplos e variáveis, podendo durar de dias a meses. O sintoma mais comum é a fadiga com sensação de cansaço, que encontra-se presente em até 80% dos pacientes com covid longa.
Em seguida vem a falta de ar em até 70%, dor ou aperto no peito em até 44% e tosse presente em até 34% dos casos. Outros sintomas também relatados são dores de cabeça, insônia, ansiedade, perda de olfato ou paladar, queda de cabelo e tonturas.
Apesar de neste momento ser menos comum, mas aqueles pacientes que apresentam forma aguda grave da covid-19 com internação em unidade de terapia intensiva, podem apresentar sintomas de covid longa mais intensos, tais como fraqueza física, disfunção cognitiva, alterações cardíacas ou pulmonares.
O tempo de recuperação dos sintomas da covid longa também é incerto. Os estudos demonstram que em geral são mais curtos em casos de covid-19 leve, em média duas semanas e mais duradouros nos casos mais graves de covid-19, em torno de três meses.
Entretanto, em um estudo, 15% dos pacientes com covid longa ainda mantinham sintomas um ano após o evento inicial da covid-19.
Não há até o momento um tratamento específico para a covid longa, por isso é importante a avaliação e acompanhamento médico com uma equipe multidisciplinar e realização de exames laboratoriais e de imagem conforme necessidade.
Em um estudo com 2560 pacientes a vacinação contra a covid-19 foi associada com redução da prevalência de sintomas da covid longa, sendo que esta redução foi maior naqueles que possuíam mais doses da vacina. Ressaltando, portanto, a importância da vacina contra a covid-19 não apenas na proteção da fase aguda.
Ronaldo Cesar Barros Pinto é médico pneumologista.
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