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Patriotas do amor, bolsonaristas querem fim da Ficha Limpa

Cada vez mais parecida com a “turma do amor”, a “turma do ódio”, em nome de convicções tão sólidas quanto um pudim de leite condensado, agora investe contra a lei da Ficha Limpa, para tentar reverter a inelegibilidade do “mito”.

Um projeto de lei, de autoria do deputado federal do PL do Rio Grande do Norte, Bibo Nunes, prevê a redução da pena de inelegibilidade da lei da Ficha Limpa, alterada em 2010, de oito para dois anos, o que, na prática, a feriria de morte.

É simplesmente indecoroso e inaceitável que parlamentares que se elegeram sob o manto do combate à corrupção, agora atentem contra uma das poucas medidas punitivas eficazes que temos no país, contra crimes cometidos por políticos.

Punição seletiva

Os sedizentes patriotas adoram pregar “tolerância zero”. De roubo de celular a tráfico de drogas, passando por corrupção (apenas a dos petistas, claro), é cadeia para todo mundo. De preferência em Pedrinhas, no Maranhão.

Já para o “mito”, não. Bolsonaro e família são diferentes. Rachadinhas, joias, golpe de Estado e outros enroscos são ou relativizados ou simplesmente negados. É a impunidade do amor, tal qual a que prega a inocência de Lula da Silva.

O deputado nem sequer disfarça e admite que o intuito do PL é mesmo livrar Jair Bolsonaro da punição. Em entrevista a Wilson Lima, no programa Meio-Dia em Brasília, do O Antagonista, Bibo declarou, “sem medo de ser feliz”:

Vai parar no STF

“O Bolsonaro foi altamente injustiçado. É um absurdo. Qual foi a gravidade, que crime ele cometeu em falar para embaixadores que nem influência nem votam no Brasil? Ou participar de um ato público, um desfile cívico-militar? Isso não tem fundamento“.

Já o procurador Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, criticou a ideia: “Por que determinou-se oito anos de inelegibilidade? Porque as eleições ocorrem a cada quatro anos. Aplicar a pena de inelegibilidade de dois anos não teria nenhum sentido”.

Caso o PL seja votado e aprovado, certamente será questionada sua constitucionalidade no STF. Independentemente de paixões e lados, ministros terão de se debruçar sobre uma patente afronta à Carta: uma lei não pode ser feita para beneficiar uma pessoa. Ou pode?

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