A reportagem de capa da nova edição da Crusoé mostra por que a PEC da Gastança e o discurso raivoso de Lula prenunciam tempos difíceis na economia. Leia um trecho:
“Durante as eleições, tanto Lula quanto Jair Bolsonaro prometeram manter em 600 reais o benefício pago pelo principal programa de transferência de renda existente no país – aquele que hoje atende por dois nomes, Bolsa Família e Auxílio Brasil. Esse é o tipo de compromisso de campanha a cujo cumprimento nem mesmo Scrooge, o personagem mesquinho criado por Charles Dickens, ousaria se opor. E de fato, depois da vitória de Lula em 30 de outubro, não se ouviu uma voz sequer, na política ou na economia, sugerindo que os recursos não previstos no orçamento de 2023, mas necessários à satisfação da promessa, deveriam ser negados ao futuro governo.”
“Na verdade, havia até mesmo boa vontade com a proposta – essa exclusiva de Lula – de conceder um benefício extra a famílias carentes com crianças pequenas. O que se esperava, em contrapartida, eram sinais concretos de que o governo petista estará comprometido com o equilíbrio das contas públicas nos próximos quatro anos.”
“[…] Em vez disso, Lula decidiu tratar qualquer apelo ao controle de gastos como parte de uma conspiração contra os pobres. ‘Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a tal responsabilidade fiscal? Por que toda hora falam que é preciso cortar gastos, é preciso fazer superávit, é preciso cumprir teto?’, perguntou ele em um evento no último dia 10. A fala azedou o ambiente para o recebimento da PEC da Transição, por meio da qual a equipe de Lula pretende reorganizar o orçamento do ano que vem.”
Fonte: Revista Crusoé
Leave a Reply