A reprovação das contas da Prefeitura de Cuiabá pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) pode resultar em um desembarque em massa da base aliada do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara Municipal. Alguns dos vereadores, que sempre foram fiéis ao gestor da capital, devem votar pela reprovação das contas no parlamento municipal, o que pode resultar até mesmo em um afastamento do chefe do Palácio Alencastro.
Na última semana, o TCE reprovou as contas da gestão de Emanuel Pinheiro, referentes a 2022, por 5 votos a 1, contando apenas com o voto do conselheiro Valter Albano como favorável. Esta foi a primeira vez, na história de Cuiabá, que um prefeito da capital teve o parecer do Tribunal de Contas pela rejeição.
No relatório, o TCE apontou que é responsabilidade do parlamento municipal apurar e cobrar do prefeito ações para sanar as dívidas. Segundo o processo, a prefeitura teve um déficit de R$ 191.465.193,39, não respeitando o limite de 95% estabelecido na Constituição da República entre as despesas correntes e receitas correntes. Ou seja, há mais gastos do que dinheiro em caixa.
Este parecer deve impactar de forma significativa na votação das contas na Câmara Municipal de Cuiabá e, ao que tudo indica, os vereadores da capital deverão reprovar o balanço enviado pelo prefeito Emanuel Pinheiro. Isso porque, para aprovar os números, o gestor deve ter, no mínimo, 17 votos, ou seja, um a menos do que o somatório de toda a base do chefe do Palácio Alencastro.
Atualmente, a oposição tem os votos de Demilson Nogueira (PP), Dilemário Alencar (Podemos), Dr. Luiz Fernando (Republicanos), Eduardo Magalhães (Republicanos), Felipe Corrêa (Cidadania), Maysa Leão (Republicanos), Michelly Alencar (UB), Sargento Joelson (PSB) e Edna Sampaio (PT).
Outro fator que pesa de forma contrária ao prefeito é o de que o relator da matéria na Câmara Municipal de Cuiabá é o vereador Demilson Nogueira, um dos principais nomes da oposição no parlamento da capital. Também deve interferir negativamente a Emanuel Pinheiro a pretensão de boa parte dos integrantes de sua base de buscar a reeleição nas eleições de 2024 e, um possível apoio deles ao resultado catastrófico das contas da Prefeitura, pode gerar uma repercussão negativa aos parlamentares.
Leave a Reply