Opositores do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), afastado do cargo nesta segunda-feira (4) por conta de uma decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), afirmaram que a medida já era esperada, por conta dos escândalos de corrupção envolvendo a administração municipal. O gestor da capital é apontado como suspeito de liderar um esquema de corrupção na saúde.
De acordo com o órgão ministerial, Emanuel Pinheiro seria o responsável por comandar uma organização criminosa que teria atuado em fraudes cometidas na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. O pedido de afastamento foi feito pelo promotor Carlos Zarour, através do Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco).
Entre os opositores de Emanuel Pinheiro que comentaram sobre a decisão do TJMT está o deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos). O parlamentar, que era vereador da capital até o início deste ano, era um dos principais nomes do grupo que apontava irregularidades na gestão do prefeito, no plenário da Câmara Municipal de Cuiabá.
“Vejo que era algo esperado, e que mais cedo ou mais tarde, iria acontecer. É tudo fruto de denúncias que a gente fazia desde o tempo em que eu estava como vereador de Cuiabá. Sabíamos que eram acusações graves, mas sabemos que a apuração e análise por parte do Ministério Público, às vezes, não é no tempo que a gente espera. Mas, ainda que tarde, é a Justiça sendo feita”, afirmou Diego Guimarães.
Quem também atuou de forma firme na Câmara Municipal de Cuiabá, fazendo várias denúncias contra a gestão de Emanuel Pinheiro, foi o ex-vereador e atualmente deputado federal, Abílio Brunini (PL). O parlamentar relembrou a atuação do parlamento da capital em relação a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou irregularidades cometidas na Secretaria Municipal de Saúde.
“Desde 2019, a gente vem denunciando esta situação. A CPI da Saúde identificou estes problemas e colocamos o prefeito e a primeira-dama, além de outras tantas pessoas, no relatório. Quatro anos após isso, essas ações vieram acontecer. São 19 operações, e agora esta decisão do Tribunal de Justiça. Assim que as coisas funcionam. Fiscalizamos, denunciamos e apontamos onde estão as irregularidades. Agora vem as consequências, como as contas do prefeito reprovadas no Tribunal de Contas do Estado, a intervenção na Saúde e culmina com o afastamento do Emanuel Pinheiro. Cuiabá não precisava passar por esta situação que, infelizmente, está vivenciando”, disse Abílio.
Outro adversário político do prefeito que também comentou sobre o afastamento foi o deputado federal licenciado e chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (UB). Ele lembrou as diversas operações realizadas para investigar esquemas de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde, afirmando ainda que espera que a Prefeitura de Cuiabá passe por um período de melhorias, com o vice-prefeito, José Roberto Stopa (PV), assumindo a gestão.
“São mais de 19 operações por suspeita de corrupção na Prefeitura e, portanto, ele está colhendo o que ele plantou ao longo desse mandato. Tenho certeza de que vai ter mudança com o Stopa assumindo. Ele não é o Emanuel Pinheiro, mas sim, muito melhor que o prefeito”, avaliou Fábio Garcia.
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