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Partido ligado a Roberto Dorner perde ação contra Mirtes e Bolsonaro

Em uma ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), ligado ao atual prefeito de Sinop Roberto Dorner, o Tribunal Eleitoral de Sinop rejeitou as acusações que atingiam o ex-presidente Jair Bolsonaro, a candidata à prefeitura de Sinop Mirtes da Transterra e o vice Adenilson Rocha. A ação, que tentava impugnar as candidaturas, acusava os políticos de abuso de poder econômico e político durante um evento com a presença de Bolsonaro em abril deste ano.

Um dos pontos centrais que fez o grupo de Dorner entrar contra Bolsonaro, foi o apoio declarado pelo ex-presidente à candidatura de Mirtes, deixando de lado o atual prefeito, que fez jogadas políticas para derrubar adversários e conseguir entrar no partido de Bolsonaro em busca de apoio e reeleição em Sinop.

Descontente com a escolha de Bolsonaro, Dorner passou a articular uma série de ações, tanto políticas quanto judiciais, para frear a ascensão da adversária. A ação movida pelo PDT, que já havia tentado emplacar um pedido de liminar duas vezes, foi vista nos bastidores políticos como uma tentativa de limitar a influência de Bolsonaro sobre o eleitorado sinopense, onde o ex-presidente possui grande popularidade.

Nesta ação, o PDT sustentou que Mirtes se beneficiou de um evento. O evento incluiu uma carreata e um jantar exclusivo com a presença do ex-presidente, além de uma passagem em trio elétrico pela cidade. Segundo o partido ligado a Dorner, o evento caracterizaria abuso de poder econômico e político, ao favorecer “indevidamente” a candidatura de Mirtes.

O PDT apresentou fotos e documentos que buscavam comprovar o envolvimento de Mirtes e o apoio financeiro de entidades privadas para promover o evento. Além disso, a acusação sugeriu que Adenilson Rocha, seu vice, deveria ser co-responsabilizado, mesmo sem provas diretas de sua participação no evento.

Mirtes e Adenilson negaram as acusações, alegando que o evento era de natureza pública, sem financiamento irregular, e que a presença de Bolsonaro não se configurava como abuso de poder político, uma vez que ele não ocupa mais cargo público.

Ao analisar as provas, o juiz eleitoral Walter Tomaz da Costa concluiu que as acusações não tinham fundamento suficiente para justificar a impugnação das candidaturas. Segundo o magistrado, embora o evento tenha sido de grande repercussão, não houve comprovação de que as ações de Mirtes ou o apoio de Bolsonaro violaram a isonomia do pleito. A participação de Bolsonaro foi considerada parte do jogo democrático, sem o uso indevido de cargo público ou recursos financeiros que pudessem desequilibrar a disputa.

Ainda em relação às alegações de abuso econômico, o tribunal destacou que o valor arrecadado no jantar – cerca de R$ 200,00 por ingresso – cobriu as despesas do evento, sem qualquer indício de que Mirtes tenha se beneficiado ilegalmente de recursos de terceiros. O trio elétrico, cujo custo foi estimado em R$ 3.000,00, também foi considerado compatível com as normas eleitorais, e não houve evidência de que o financiamento tivesse qualquer conexão ilícita com a campanha da candidata.

O Ministério Público Eleitoral também se posicionou contra as alegações do PDT. Em suas manifestações finais, o órgão afirmou que as provas apresentadas não eram suficientes para comprovar o abuso de poder econômico ou político. Segundo o MP, não havia elementos que demonstrassem que Mirtes ou Adenilson financiaram o evento com recursos ilegais, ou que a carreata e o jantar com Bolsonaro tenham comprometido a legitimidade da eleição.

Com base na análise das provas e dos depoimentos, o juiz Walter Tomaz da Costa decidiu pela improcedência total da ação, rejeitando todas as acusações contra Mirtes e Adenilson. Ele concluiu que a ação não apresentou provas robustas para sustentar a tese de abuso de poder, e que a presença de Bolsonaro no evento, apesar de marcante, não violou as regras eleitorais.

A decisão foi um duro golpe para o prefeito Roberto Dorner, que agora enfrenta uma campanha eleitoral sem o apoio de Jair Bolsonaro, enquanto vê sua principal adversária receber o endosso do ex-presidente.

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