O vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Chico 2000 (PL), anunciou que não irá disputar a reeleição para a Mesa Diretora da Casa, nesta quarta-feira (1º), para os próximos dois anos. Ele revelou que abriu mão de registrar sua candidatura para evitar desgastes para o parlamento, mas lamentou a ‘traição’ de dois nomes que eram aliados do atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), que migraram para o grupo de Paula Calil (PL).
A saída de Chico 2000 da disputa se deu após a vereadora eleita Paula Calil, irmã do deputado estadual Faissal Calil (Cidadania), anunciar que possui o apoio de 17 vereadores para a disputa da Mesa Diretora. O parlamentar, que é do mesmo partido da novata, afirmou que comunicou ao grupo de aliados que não fazia sentido manter o nome no pleito.
“Não joguei a toalha, mas sou um cara coerente, consciente, e que não gosto de fazer do plenário um picadeiro. Havia conversado com o Abilio lá atrás e definimos que eu tentaria efetivar a construção, mas, caso não alcançasse os 14 votos, eu não registraria a chapa. Porque vou registrar uma candidatura para criar dificuldade para quem está chegando? Tomei essa decisão para não criar animosidade no plenário. A posse é um dia de festa e, usando a coerência, reuni os 10 votos que temos e disse a eles que eu não registraria a chapa”, afirmou.
Segundo Chico 2000, a postura evita desgaste e constrangimento para os vereadores, que estarão com suas famílias no plenário por conta da posse. O vereador destacou que seria deselegante da parte dele manter a candidatura, ressaltando que a eleição terá chapa única, já que nenhum outro integrante do grupo de 10 vereadores irá colocar o nome na disputa.
O vereador, que deixará a presidência da Câmara nesta quarta-feira, reafirmou que fará parte da base do prefeito eleito, Abílio Brunini (PL), ressaltando que o processo de eleição para a Mesa Diretora em nada interfere em seu apoio ao futuro gestor, que inclusive é seu colega de partido.
“A disputa pela Mesa é uma coisa e o posicionamento em plenário é outra totalmente diferente. Não seria lógico o Abílio ter um correligionário em qualquer situação de oposição. Disse a ele que serei sempre coerente, em favor de Cuiabá, e que não prejudicarei a gestão dele de forma alguma. Já tivemos, sim, alguns arranhões, o que é público, mas somos adultos e as coisas evoluem. Temos hoje uma situação tranquila”, destacou.
Chico 2000 também revelou que conversou com seu grupo e disse que os parlamentares não deveriam ser objeto de conflito. O vereador, no entanto, lamentou a perda de dois votos que ele considera significativos, pois não imaginavam que perderiam, que resultou na desistência da sua candidatura.
“Infelizmente, em razão de dois votos que não imaginávamos que não teríamos, perdemos a Mesa, no caso o líder do prefeito, vereador Marcrean Santos (MDB), e de um dos ex-secretários de Obras da gestão Emanuel Pinheiro, o vereador Alex Rodrigues (PV). Se tivéssemos estes dois, chegaríamos a 14, pois viriam o quarteto formado por Demilson Nogueira (PP), Daniel Monteiro (Republicanos), Eduardo Magalhães (Republicanos) e Maria Avalone (PSDB)”, ressaltou.
Mesmo com a migração de lado de dois apoiadores praticamente certos, Chico 2000 não se considera traído pela dupla, mas acredita que os dois vereadores traíram sim, o grupo ao qual pertenciam, já que ambos foram aliados do prefeito Emanuel Pinheiro, que encerra seu mandato nesta terça-feira (31). O presidente, no entanto, desejou sorte para sua sucessora, que assumirá a presidência do Legislativo Cuiabano.
“A mim não, mas acho que ao grupo do qual o Alex fez parte, como secretário, e o Marcrean também, como líder, enxergo como traição sim. Em relação a futura Mesa, tenho um posicionamento bem claro sobre o comando da Casa por um vereador de primeiro mandato. Conheço bem a Câmara e não é tão simples assim a sua condução. É necessário um bom trânsito entre os parlamentares e as vezes, ter uma postura firme, mas quero desejar uma boa sorte para a vereadora Paula”, finalizou.
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