O governador Mauro Mendes (UB) comentou, nesta segunda-feira (13), sobre os problemas de Segurança Pública vividos em Mato Grosso, como a guerra de facções no norte do estado e o tráfico de drogas. O gestor criticou, por exemplo, os mercadinhos em presídios, e destacou que as unidades prisionais não podem fornecer regalias a detentos, concluindo com uma alfinetada aos parlamentares do Congresso Nacional que, segundo ele, preferem debater emendas ao invés de discutir os problemas do país.
Mauro Mendes fez as afirmações durante uma entrevista à Rádio CBN, nesta manhã, onde fez questão de destacar que o Governo do Estado tem agido de forma firme contra o crime organizado em Mato Grosso. Ele pontuou, por exemplo, a criação da Operação Tolerância Zero, que aumento por exemplo o policiamento em praticamente todas as cidades, mas que a legislação também precisa melhorar.
“Estou muito preocupado. O Governo tem feito muitas ações, assim como eu, como governador. Compramos armamento de primeira qualidade e nossa polícia é muito bem equipada. Investimos em tecnologia, rádio digital, viatura e chamamos mais de mil policiais, mas o problema é a maldita lei brasileira. O Código Penal é de 1940, época que nem existiam facções criminosas. É uma legislação burra e antiquada. Apreendemos 17 toneladas de drogas, mas o bandido, poucas horas depois, está solto. Os criminosos perderam o medo”, afirmou.
O governador relembrou da criação do programa Tolerância Zero ressaltando que o Estado está investindo em presídios, por exemplo, mas que a partir da prisão, a autonomia é do Judiciário. Mauro Mendes também destacou que a violência não tem como ser combatida se deputados federais e senadores não debaterem o tema, em Brasília.
“Quem faz a lei é o Congresso Nacional, que precisa fazer a sua parte, endurecendo a legislação, para que o bandido volte a ter medo de ser preso, mas cá entre nós, os parlamentares estão mais preocupados em ficar discutindo emenda. Esse é o grande tema que é debatido por lá. Resolver a segurança pública, melhorar as leis e fazer uma reforma administrativa para cuidar que o Brasil não tenha um rombo gigante, não está na pauta. O Governo Federal paga 20 Mega Senas só em juros da dívida pública. O Governo Brasileiro vai quebrar o país e isso é com que os deputados e senadores precisam se preocupar”, desabafou.
Segundo Mauro Mendes, os presos tentaram transformar as cadeias em um ‘home office do crime’, mas que o Governo do Estado está agindo de forma firme, com o programa Tolerância Zero. O governador relembrou ainda que propôs o fim dos chamados ‘mercadinhos’ existentes nos presídios, afirmando que os mesmos são usados, inclusive, como porta de entrada de celular em unidades prisionais, já que alguns são colocados junto com a comida.
O gestor, inclusive, se posicionou de forma contrária ao desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), favorável ao comércio. “O Perri merece todo nosso respeito, mas acho que está equivocado neste ponto. O Estado fornece quatro refeições por dia lá dentro, que são balanceadas e custam caro. Não tem porque ter mercadinho, que vendia até uísque, cerveja, cigarro e docinho. Se o cara quer tudo isso, que fique aqui fora trabalhando e sendo um cidadão decente e honesto. No presídio, temos que tratar bem, mas não pode ter regalias não”, acrescentou.
Leave a Reply