Em meio a suspeitas de “traições” da bancada do PL na votação para a presidência da Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) discutiu nas redes sociais com Marcel Van Hattem (Novo-RS), segundo colocado na disputa, trocaram farpas nas redes sociais neste final de semana. A discussão acontece após o parlamentar do Novo receber 31 votos, apesar de a sigla dele ter apenas quatro representantes na Casa.
Com o discurso de campanha alinhado ao bolsonarismo, há indícios de que o deputado teria conquistado o apoio de parlamentares do PL, mesmo após a orientação dada por Bolsonaro para que o partido apoiasse Hugo Motta (Republicanos-PB).
Apesar da derrota para Motta, que conquistou 444 votos, o desempenho de Van Hattem foi comemorado por aliados, como o deputado e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (Novo-SP), que celebrou o trabalho da “ainda reduzida, porém, honrosa” bancada do Novo na Câmara.
“Esses votos representam efetivamente os valores da direita liberal conservadora, que não transige com o Centrão, não coaduna com posturas e práticas incompatíveis com as nossas crenças”, escreveu Salles. O post foi replicado por Van Hattem, que acrescentou que o grupo político iria “explodir em 2026, sem contar com as candidaturas ao Senado.”
Em resposta, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparou o resultado obtido pelo parlamentar do RS em outras ocasiões em que ele disputou a presidência da Câmara. O filho “zero três” do ex-presidente afirmou que, desta vez, ele teria alcançado mais votos por conta do apoio recebido em razão do crescimento da bancada do PL. Ele também disse que Van Hattem não teria “moral para falar dos outros” por divergir da orientação do ex-mandatário, apesar de ter se elegido com o apoio dele em 2022.
O deputado federal e também ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Mario Frias (PL-SP), também rebateu Van Hattem, acusando os deputados do Novo de criarem um “teatro” no Congresso para minar Bolsonaro e fortalecer Salles na disputa pelo Senado em 2026. Em uma série de posts seguintes, Frias também classificou o comportamento do ex-ministro como “ridículo” e afirmou que ele também teria feito insinuações sobre o ex-mandatário ter “se vendido” ao Centrão.
A discussão também chegou ao vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que escreveu na manhã desta segunda-feira em um post no X que o pai “sempre colocava a cara para defender os ataques que seus ministros sofriam diariamente”, mas que hoje era “esquecido” em prol de projetos pessoais de outros”. “Praticamente nenhum parlamentar ou político se pronunciou para explicar os movimentos necessários e, hoje, alguns poucos falam algo para não ficarem mal na fita e a maioria, quando abre a boca, lava as mãos e diz que fez o que o Presidente pediu. É muito fácil agir assim sempre, como moleques”, disse Carlos.
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