
Com seis secretários da gestão Mauro Mendes (União) cotados para disputar as eleições de 2026, o deputado estadual Júlio Campos (União) propõe um “acordo de cavalheiros” entre a Assembleia Legislativa e o Palácio Paiaguás para que esses nomes deixem os cargos ainda em 2025. A medida, segundo ele, garantiria mais equilíbrio ao processo eleitoral e evitaria o uso indireto da máquina pública durante o período pré-campanha.
A sugestão recai sobre o núcleo do governo, que abriga nomes com pretensão eleitoral. Júlio defende que, apesar de a legislação permitir que secretários se desincompatibilizem até abril do ano eleitoral, a permanência até esse prazo representa uma vantagem desproporcional em relação aos demais concorrentes. Segundo ele, o gesto de antecipação já foi adotado em gestões anteriores e contribui para um processo mais transparente.
Entre os cotados estão Fábio Garcia (União), deputado federal licenciado e atual chefe da Casa Civil, que busca a reeleição à Câmara Federal; Gilberto Figueiredo (União), secretário de Saúde e suplente de deputado estadual, que já assumiu interinamente o mandato duas vezes nesta legislatura; Alan Porto, secretário de Educação, que tem ganhado visibilidade com sua atuação. A princípio no União Brasil, mas estuda se filiar a outro partido para conseguir se viabilizar.
Allan Kardec (PSB), titular da pasta de Ciência e Tecnologia, que já disputou pleitos anteriores; o coronel César Roveri, secretário de Segurança Pública; e Davi Moura, ex-judoca e atual secretário de Cultura, Esporte e Lazer. Com exceção de Fábio Garcia, todos os demais são cotados para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Para Júlio Campos, a permanência desses auxiliares no governo até o último prazo legal tende a gerar desequilíbrio na disputa. “Esses nomes têm estrutura, visibilidade e acesso a recursos. O ideal seria que deixassem os cargos já no final deste ano, como já foi feito em gestões anteriores. É um gesto de equilíbrio no jogo democrático”, afirmou.
O parlamentar ainda propõe que a própria Assembleia abra diálogo com o Executivo para discutir o tema. Para ele, o posicionamento do Legislativo se justifica não apenas pela disputa em si, mas também pela necessidade de preservar a lisura do processo eleitoral. “Isso já foi feito no passado com responsabilidade. Não estamos falando de ilegalidade, mas de bom senso. Se o governador quiser, pode fazer esse acordo com os partidos da base. Quem quer disputar, sai com antecedência e entra na pré-campanha em pé de igualdade com os demais”, declarou.
“É uma questão de equilíbrio e respeito ao eleitor. Se queremos uma eleição limpa, temos que garantir as mesmas condições para todos”, concluiu.
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