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A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marluce Aparecida Souza, rebateu as declarações do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), que recentemente chamou a qualidade do ensino da instituição de “bosta”. Em entrevista à Rádio Cultura FM, nesta sexta-feira (22), a gestora lembrou que a maioria dos secretários da atual gestão municipal é formada pela própria universidade federal.

Ela revelou ainda que médicos residentes em unidades básicas de saúde foram desligados de suas funções. Ela classificou a fala como desrespeitosa e destacou o papel fundamental da universidade para o desenvolvimento do estado.

Segundo Marluce, a comunidade acadêmica se mobilizou em defesa da instituição, mostrando indignação, mas também união. A reitora lembrou que a maioria dos secretários da atual gestão municipal é formada pela própria federal, e criticou o tom usado pelo prefeito.  

Para ela, as falas de Abílio refletem despreparo e podem estar associadas a uma agenda de privatização da educação. “Nós já verificamos que quase todos os seus secretários foram formados pela UFMT. Desmerecer a universidade facilita o discurso de quem quer entregar o ensino público aos interesses privados. Mas a universidade é de todos, é financiada pelos impostos de toda a sociedade”, disse. 

A gestora ainda revelou que, no mesmo dia do ato em defesa da instituição, a prefeitura teria desligado médicos residentes da UFMT que atuavam em unidades de saúde municipais, prejudicando a população. A universidade, segundo ela, buscará ampliar atendimentos pelo Hospital Universitário para suprir a demanda. 

“Ontem nós recebemos, já à noite, a informação de que todos os residentes, médicos que atendem nas unidades de saúde foram desligados. Não se pode cometer um ato que vá prejudicar a comunidade. E o fato de terem desligados os nossos residentes aconteceu logo no início dos nossos manifestos. Eu não me pronunciei sobre isso, porque eu não tinha certeza. Eu precisava conversar com o professor Pedro Crote, que é o responsável. Agora nós vamos fazer uma reunião, vamos verificar, e nós vamos amparar a comunidade”, afirmou.  

Outro ponto abordado foi a relação da UFMT com movimentos sociais, especialmente o Movimento Sem Terra (MST), alvo de críticas de Brunini. Marluce defendeu a diversidade do espaço universitário: “A UFMT é ciência, é produção de conhecimento. E conhecimento transforma. A universidade não existe para manter a sociedade como está, mas para torná-la mais justa e inclusiva”. 

Apesar das críticas, Marluce disse esperar que a relação conflituosa com o prefeito seja superada. “Não queremos embates. Queremos cooperação. A UFMT forma mais de mil novos profissionais a cada semestre e está expandindo seus campi para Lucas do Rio Verde, Diamantino e Tangará da Serra. Essa é a nossa contribuição para Mato Grosso”, concluiu. 

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