
O deputado federal José Medeiros (PL) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria “batido o martelo” e que o escolheu como pré-candidato ao Senado por Mato Grosso além do governador Mauro Mendes (UB). O congressista classificou ainda como um “abacaxi” ter que encaixar o senador Wellington Fagundes (PL) e o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) numa chapa ao Governo do Estado.
Segundo ele, trocas de farpas com Mendes ficaram no passado. “Eu falei assim, quero o apoio dele [Jair Bolsonaro] e não vou brigar. A briga ficou para o passado. E aí a gente vai ter de conversar, ficar louco de se ouvir daqui para frente para construir essa decisão dele. Muito em breve aqui o carro de Bolsonaro deve vir aqui a anunciar isso, porque o presidente, por motivos óbvios, está incomunicável, mas daqui para frente é construção, vai ter muita conversa”, disse José Medeiros em entrevista à TV Vila Real, nesta quinta-feira (11).
Em 2020, o governador Mauro Mendes chamou Medeiros de “político lamentável, que não dava resultado” e que atuava como uma espécie de “fofoqueiro do Palácio do Planalto”, quando o presidente era Bolsonaro. Na época, o deputado revidou chamando o governador de “oportunista” que só queria “pegar carona no prestígio” de Bolsonaro.
“Foi voadeira para todo lado, mas quando terminou o período eleitoral, eu cheguei para o Mauro e disse: ‘estamos diante de dois incompetentes politicamente no sentido da nossa vida. Eu tentei te tirar de todas as formas, não consegui te tirar. Você tentou me tirar, não conseguiu. Falei, que tal a gente parar de brigar? Ele falou, para mim está tudo bem. Então, foi antes até de eu assumir esse novo mandato agora. Deixei para lá, porque eu precisava construir uma candidatura ao Senado”, amenizou Medeiros.
Agora, o PL sonha com uma dobradinha entre ele e Mendes. Segundo o bolsonarista, os prefeitos de Cuiabá, Abilio Brunini, e de Rondonópolis, Cláudio Ferreira, ambos do PL, voltaram de Brasília com a informação de que Jair Bolsonaro teria “batido o martelo” sobre apoiar além de Medeiros, Mauro Mendes ao Senado em 2026. A afirmação teria ocorrido um dia antes do ex-presidente ser condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
“Dizem que quem manda quem pode, obedece quem tem juízo. E eu preciso nesse Estado, que é altamente bolsonarista, do apoio do presidente Jair Bolsonaro. Ele, quando o Mauro o apoiou, acabou fazendo um pré-acordo naquele momento e recentemente avisou, inclusive, com essa ida dos prefeitos ontem à Brasília, me trouxeram a notícia, de que o presidente bateu o martelo que os candidatos ao Senado dele aqui em Mato Grosso vão ser José Medeiros e Mauro Mendes”, afirmou.
Sobre o nome ao Governo, cujo PL atualmente tem como pré-candidato o senador Wellington Fagundes, Medeiros desconversou na tentativa de evitar uma “saia suja” com o ‘escolhido’ por Mendes, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos). O anúncio antecipado do chefe do Palácio Paiaguás gerou descontentamento interno dentro do União Brasil.
“Isso aí vai ser uma banana ou um abacaxi para Valdemar da Costa Neto, Bolsonaro e o senador Wellington discutirem lá na frente para ver como é que encaixaria essa vontade. Não sou eu que decido. O Bolsonaro combinou com Valdemar da seguinte forma: ele escolhe os candidatos ao Senado e Valdemar escolhe o governo. Como é que vai fazer para eles encaixarem essas vontades aí? Eu não sei. Sou pequenininho, não vou entrar nessa briga”, encerrou Medeiros.
Leave a Reply