
O decreto do prefeito Abilio Brunini (PL) que restringe quem pode falar em nome do município de Cuiabá perante os governos Estadual e Federal, evitando que vereadores, secretários, a vice-prefeita Vânia Rosa (Novo) ou outros servidores façam sem autorização expressa gerou bate-boca entre ele e o vereador Jefferson Siqueira (PSD) na Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (18). A proibição de Abilio ocorre uma semana depois de Vânia Rosa anunciar em coletiva de imprensa medidas para reorganizar e fortalecer o gabinete da Vice-Prefeitura.
Entre as frentes de atuação, estão a articulação com os governos federal e estadual, comandados por Mauro Mendes (UB) e Lula (PT) respectivamente, além de parcerias com o terceiro setor e a iniciativa privada, em busca de recursos para a cidade. O decreto de Brunini basicamente centraliza a representação oficial do município nas relações tanto com Lula como com Mendes e foi alvo de críticas de Jefferson.
“Depois que a vice-prefeita disse que iria buscar recursos em Brasília, o senhor publicou um decreto para que ela não fale em nome de Cuiabá. Isso não seria, no mínimo, constrangedor para uma mulher que é vice-prefeita e que apenas quer buscar investimentos para nossa cidade”, questionou. Abilio, por sua vez, rebateu dizendo que a determinação não cabe apenas a Vânia e que a própria Lei orgânica do município já prevê que cabe exclusivamente ao prefeito representar Cuiabá. Ele ainda afirmou que recebe “todo mundo” menos o presidente do país, Lula, por ser petista e que os cuiabanos, em 2024, o elegeram para isso.
“Eu recebo todos. Sou prefeito de Cuiabá. Recebo todos, indiscriminadamente. Com exceção do Lula, isso é claro. O decreto apenas reafirma que a representatividade é uma função legal do prefeito, e não de quem queira se colocar nesse papel. As políticas estão no primeiro plano, no plano de governo que foi aprovado pela população em 2024. Fomos eleitos contra um projeto político do PT. Esse é o projeto que conduz Cuiabá hoje”, disparou.
Jefferson contrapôs convidando o prefeito para ir com ele até Brasília (DF) se encontrar com o ministro da Agricultura e senador licenciado, Carlos Fávaro (PSD), em busca de emendas para ajudar na construção de casas populares dos moradores da região do Contorno Leste. “Vamos lá, prefeito. Eu prometo esses R$ 18 milhões ainda este ano, se o senhor for comigo a Brasília”, insistiu.
Na tréplica, Abilio debochou. “A picanha já chegou? Porque o ministro prometeu os R$ 18 milhões para o Contorno Leste, mas só para o ano que vem. O socorro precisa vir agora. Se ficar esperando, a população vai estar na rua em outubro”, disparou.
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