Governistas estão prontos para defender o ministro da Educação na próxima semana e tentar barrar as oitivas com demais envolvidos em denúncias
Ainda na noite de ontem, o ministro Milton Ribeiro ligou para o senador Marcelo Castro (MDB-PI), que preside a Comissão de Educação do Senado. Na manhã de hoje, o colegiado analisaria requerimentos de convocação do ministro e de sugestão de oitivas com os demais envolvidos nas denúncias envolvendo pastores lobistas que intermediavam a liberação de verbas do Ministério da Educação.
Já era madrugada, 4h20, quando, após a ligação a Castro, o ministro da Educação enviou à comissão um ofício, lido pelo próprio senador em sessão, colocando-se à disposição para esclarecer os episódios. O Antagonista apurou que Ribeiro se dispôs a ir ao Senado já nesta quinta-feira (24).
Esses gestos do ministro, devidamente orientado pelo Palácio do Planalto a se antecipar aos fatos, contribuiu para melhorar o humor no Senado, levando a maioria dos integrantes da Comissão de Educação a topar, como noticiamos, transformar duas propostas de convocação de Ribeiro em convite, quando a autoridade não é obrigada a comparecer. De todo modo, o ministro será aguardado no colegiado na próxima quinta-feira (31).
A base do governo no Senado está hoje — com Jair Bolsonaro no PL, de Valdemar Costa Neto — muito melhor estruturada na comparação, por exemplo, com o período da CPI da Covid.
O senador Wellington Fagundes (PL-MT), que garantiu a relatoria setorial da educação no orçamento de 2022 — ou seja, o controle da destinação de quase R$ 140 bilhões em ano eleitoral —, em uma manobra revelada por este site que incluiu até acusação de falsidade ideológica envolvendo Izalci Lucas (PSDB-DF), é um dos que já estão escalados para fazer a defesa efusiva do ministro. Fagundes conseguiu o apoio de Jair Bolsonaro para tentar a reeleição em outubro. O senador do Mato Grosso também recebeu uma ligação de Ribeiro — horas depois, estava dando entrevistas em defesa do ministro.
Além de blindar Milton Ribeiro, governistas vão tentar atrasar ou mesmo barrar a marcação de audiências para ouvir os dois pastores que são pivôs do escândalo e prefeitos de municípios do Maranhão que teriam negociado com os religiosos lobistas. O presidente da Comissão de Educação, no entanto, prometeu a senadores da oposição que os citados no requerimento de autoria de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aprovado mais cedo serão ouvidos na semana seguinte à sessão com o ministro.
Fonte: O Antagonista
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