O governo do Mato Grosso aplicou 9.459 multas ambientais desde o dia 22 de maio de 2020, quando o STF divulgou o vídeo da reunião ministerial em que o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendia “passar a boiada” durante a pandemia para afrouxar a legislação de proteção ambiental. Os dados foram computados até junho deste ano.
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso, estado com a maior produção agropecuária do país, o total de multas aplicadas em 2018 foi de 679. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, os autos de infração subiram para 771.
A fatídica reunião ministerial no Planalto ocorreu em 22 de abril de 2020, mas seu conteúdo só foi revelado um mês depois, após o ex-ministro Sergio Moro denunciar a tentativa de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.
Entre 22 de maio e 31 de dezembro daquele ano, o Mato Grosso contabilizou 2.498 multas ambientais. Os autos de infração saltaram para 5.004 em 2021 e, neste ano, chegaram a 1.957. No total, 9.459 multas foram aplicadas até agora.
O valor total das autuações feitas no período ultrapassa R$ 3,8 bilhões, mas a quantia arrecadada pela Secretaria do Meio Ambiente com o pagamento das multas foi de R$ 77 milhões. O montante equivale a 2% do total.
A fala de Salles sobre “passar a boiada” motivou uma apuração da PF contra o ex-ministro. Segundo levantamento divulgado em fevereiro pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o desmatamento na Amazônia cresceu 56,6% em todo o governo Bolsonaro.
Fonte: Metrópoles
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