Com 20 votos favoráveis, três contrários e uma abstenção, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou uma moção de repúdio ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva pelas recentes declarações públicas de ser favorável ao aborto, limitar o consumo da classe média e ainda incentivar a militância de esquerda a mapear o endereço de deputados federais para incomodá-los.
A última fala ocorreu no dia 4 deste mês após o ex-presidente defender a importância da eleição à Câmara e ao Senado para a aprovação de uma “contrarreforma” no país. Segundo Lula, será preciso ensinar a sociedade a cobrar os deputados e também mudar o jeito de exercer pressão, já que “fazer ato público na frente do Congresso Nacional não move uma pestana de um deputado”.
A moção de repúdio foi proposta pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL) e provocou reação de parlamentares identificados com o bolsonarismo e a bancada do PT no Legislativo. De acordo com Cattani, Lula tem promovido incitação ao discurso de ódio, além de defender abertamente o aborto e relativizar a fé dos cristãos vinculando a figura de Deus ao Partido dos Trabalhadores.
“Ele tem incitado o discurso de ódio, ameaçado as famílias brasileiras, vem incitando à perseguição de parlamentares e tentado a abolição de forma violenta do Estado Democrático de Direito”, disse o deputado na tribuna.
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) criticou a iniciativa de Cattani, afirmando que bolsonaristas espalham fake news como acusar o PT de patrocinar kit gay aos estudantes e entregar uma “mamadeira de piroca” nas escolas. “Isso é colocar em segundo plano temas prioritários a população de Mato Grosso que está passando fome e perdendo poder de compra. Bolsonaristas espalham fake news e não propõem debate positivo à sociedade. Essa moção de repúdio e nada, para mim, é a mesma coisa”.
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) também criticou a moção de repúdio alegando que se trata de uma prática frequente do deputado Gilberto Cattani. “Se fossemos propor uma moção de repúdio a cada fala desastrosa do Bolsonaro gastaríamos muito tempo aqui. O Legislativo tem que produzir mais e melhor”, disse.
Cattani rebateu afirmando que é inadmissível às declarações de Lula. “A sua aliada militante da VAR Palmares, Dilma Rousseff, já declarou que faria aliança até com o Diabo para ganhar as eleições. Esse homem que deseja ser presidente novamente a qualquer custo desvaloriza as famílias ao dizer que não é nenhum problema uma mãe matar o próprio filho que está na barriga”.
O deputado Ulysses Moraes (PTB) acompanhou o discurso e fez duras críticas ao ex-presidente. “A bancada do PT fecha os olhos para o problema do país e para mostrar quem realmente é o Lula. É um defensor de abortos, ditaduras, defende descriminalização de furto, desarmamento, mensalão, petrolão, inúmeros casos de corrupção. Estamos falando de um ex-presidiário. Esquecem que estamos falando de um ex-presidiário”, criticou.
Ao final, votaram contrários os deputados petistas Valdir Barranco e Lúdio Cabral, que foram acompanhados pelo deputado Wilson Santos (PSD). O deputado João Batista (PP) se absteve.
Fonte: Folhamax
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