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Bolsonarista vota a favor de projeto que cria benefício e diz que quase renunciou por salário ‘baixo’ de R$ 10,6 mil

Eleito vereador de Tangará da Serra com 1.785 votos, em uma eleição onde usou e abusou do discurso de moralidade e austeridade com o dinheiro público, o bolsonarista “Escobar”, do PL, está no centro de uma polêmica na cidade. O agora parlamentar, que sempre se apresentou como defensor da economia e da responsabilidade fiscal, tem defendido publicamente um projeto que prevê o pagamento de um auxílio de R$ 5 mil a ele e seus colegas, revelando ainda que quase renunciou ao mandato porque considerou o salário de R$ 10,6 mil, pago pela Câmara Municipal, ‘baixo demais’.

Vereadores de Tangará da Serra apresentaram um projeto de lei que prevê a criação de um “auxílio-saúde” de R$ 2,5 mil e um “auxílio-alimentação” no mesmo valor, garantindo um acréscimo de R$ 5 mil aos seus salários. Na justificativa, os vereadores apontam que a medida é necessária porque no exercício da atividade parlamentar, eles estão distantes do município e demandam despesas com alimentação. O

O texto tramitou em regime de urgência especial. Os parlamentares, além dos salários de R$ $ 10.661,47 mensais, também tem direito a uma Verba Indenizatória de R$ 6.386. Dona Neide (União), Edmilson Porfírio (Podemos), Escobar (PL), Esdras Moraes (PL), Evânia Félix (MDB), Fabio Brito (Republicanos), Hélio da Nazaré (PL), Horácio Pereira (Republicanos), Niltinho do Lanche (MDB), Professor Sebastian (União), Renato Calhas (União), Romer Japonês (MDB), Sarah Botelho (PSD) e Zi Lima (PRD).

A proposta, aprovada com o voto de 13 vereadores, incluindo o bolsonarista, revoltou eleitores de Tangará da Serra, que foram cobrar explicações dos parlamentares da cidade, principalmente nas redes sociais. Um dos mais cobrados foi justamente Escobar, que é vice-presidente da Câmara Municipal, tendo em vista que se elegeu com o discurso de austeridade e, em vídeos publicados em suas redes sociais, antes da eleição, sempre se manifestou de forma contrária a regalias pagas com dinheiro público. No entanto, o primeiro projeto assinado por ele, se trata da criação de um auxílio para benefício próprio.

Em um grupo no WhatsApp, ao ser questionado sobre o auxílio, Escobar revelou que achava que o salário de vereador em Tangará da Serra era de R$ 15 mil, mas se ‘espantou’ ao saber que seu vencimento líquido era de ‘apenas’ R$ 7.980 mensais. Como ‘justificativa, o parlamentar informou que em Nova Olímpia, o montante pago aos vereadores da cidade é de R$ 14 mil.

“Quando vi que era de R$ 7 mil, quase renunciei. Pra mim, é prejuízo. Meu tempo no marketing digital custa muito mais que isso. Meu ativo mais precioso é o tempo e, para ser vereador, consome muito meu tempo”, afirmou Escobar, em uma tentativa de defender os auxílios que totalizarão mais R$ 5 mil mensais aos parlamentares.

O passado que Escobar quer esconder

Esta não é a primeira vez que Escobar se envolve em algo que prejudica a população. No passado, ele ajudou a levar para Tangará da Serra a Telexfree, um dos maiores esquemas de pirâmide financeira da história do Brasil. Milhares de pessoas perderam dinheiro acreditando no falso sistema de investimento, que prometia lucros astronômicos e sustentava-se apenas com a entrada de novos participantes – uma fraude que deixou um rastro de prejuízo e desilusão.

Empresário do ramo do entretenimento noturno, Escobar também ganhou notoriedade negativa durante a pandemia de Covid-19, ao propor ‘aglomerações do bem’, mesmo com Tangará da Serra registrando índices recordes de mortos pela doença. O intuito era se beneficiar de eventos que seriam realizados por ele, mas acabaram sendo vetados pela Prefeitura.

Veja o print onde o vereador afirma que pensou em renunciar:

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