Na semana em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela tentativa de liderar um golpe de Estado que envolveu outras 33 pessoas, o programa Fantástico, da Rede Globo, revelou que um manifestante mato-grossense foi figura importante no processo de convencimento do ex-chefe do Palácio do Planalto. Lucas Rotilli Durlo, líder de um grupo de caminhoneiros de Mato Grosso, tinha livre acesso a um general do Exército.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros integrantes do seu governo foram denunciados criminalmente na terça-feira (18/2) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusados de tentar mantê-lo no poder após a derrota na eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a investigação, militares de alta patente mantinham canal aberto e contato direto com manifestantes.
Quando não tinham autoridade para resolver, apelavam para que os pedidos para proteger os manifestantes chegassem até o então presidente Jair Bolsonaro. Para a Polícia Federal, os áudios mostram que a estratégia do grupo era manter as manifestações nas ruas e a contestação das urnas eletrônicas.
A PF apreendeu 1,2 mil equipamentos eletrônicos dos envolvidos na tentativa de golpe de estado e conseguiu extrair 255 milhões de mensagens de áudio e vídeo. Os peritos federais elaboraram 1.214 laudos que, de acordo com a investigação, revelam as vozes do golpe.
Para os investigadores, os áudios mostram que integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro agiram também para pressionar os comandantes militares a aderir à ruptura institucional. Em um dos áudios interceptados pela Polícia Federal, foi revelado um diálogo entre o líder dos caminhoneiros de Mato Grosso, Lucas Rotilli Durlo, com o general do Exército Mário Fernandes.
Na conversa, o manifestante questiona o oficial sobre o período em que os bolsonaristas deveriam permanecer no acampamento em frente ao Quartel General. “Eu queria ver com o senhor aí, qual que é a perspectiva. Até quando vocês querem que a gente fique aqui, general? Vê com o presidente aí. Eu não saio daqui. Quero ser o último a sair. Somos um soldado”, afirmou Lucas Rotilli Durlo.
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