
O vereador Dilemário Alencar (UB), líder do prefeito Abilio Brunini (PL) na Câmara Municipal, afirmou em entrevista à TV Vila Real nesta sexta-feira (19) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Estacionamento Rotativo poderá promover, nos próximos dias, uma espécie de “acareação” entre o prefeito e representantes do Consórcio CS Mobi, responsável pelo contrato bilionário de concessão do serviço em Cuiabá.
Segundo o parlamentar, existe a previsão de uma audiência em que tanto Brunini quanto dirigentes da empresa sejam ouvidos no mesmo espaço, o que promete acirrar ainda mais os debates sobre a legalidade e as condições do contrato.
“Nós estamos procurando fazer uma CPI que realmente aponte uma alternativa. Então, é possível sim termos Abilio e a CS Mobi frente a frente, para esclarecer definitivamente pontos polêmicos deste contrato”, disse. Dilemário apontou ainda o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD) como responsável por “amarrar” a prefeitura em um contrato considerado “draconiano” e “desvantajoso”.
O contrato prevê multa superior a R$ 100 milhões em caso de rompimento unilateral. “Não dá para entender como se faz um contrato que deixa uma multa dessa magnitude para eventual rompimento. Isso demonstra, na minha opinião, má-fé do ex-prefeito Emanuel, que deixou uma bomba para o próximo gestor e para a população cuiabana pagar”, criticou.
O vereador ainda destacou que a empresa CS Mobi tem previsão de receber mais de R$ 1 bilhão ao longo de 30 anos de concessão, mesmo investindo valor muito inferior em obras de contrapartida, como o novo Mercado Municipal. Relator da CPI, Dilemário antecipou que o relatório final deverá indicar indícios de improbidade administrativa cometida pela gestão Emanuel Pinheiro, que teria ignorado parecer jurídico contrário à assinatura do aditivo que vinculou recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ao contrato com a CS Mobi. “Está muito claro que houve desvantagem para o município e que Emanuel passou por cima da orientação da própria Procuradoria-Geral do Município. Isso não pode ficar impune”, disse.
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