Em seu primeiro relatório sobre a situação da Saúde de Cuiabá, o interventor Hugo Lima expôs que em seis anos de gestão o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) aumentou em 115% o número de contratados temporários na Saúde.
Segundo o procurador, que agora é responsável por administrar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), neste período a Prefeitura contratou cerca de 2,4 mil funcionários sem concurso
Apesar do número expressivo, durante a gestão Emanuel ficou evidente a deterioração das unidades de saúde da Capital, com inúmeras denúncias de falta de médicos e condições precárias de trabalho.
“Houve um aumento de 115% no número de contratados temporários na Saúde, saltando de 2.075 para 4.452. No mesmo período, entretanto, a população cuiabana cresceu 10,1%”, detalhou o interventor.
O excesso de contratações de temporários e terceirizados na Saúde de Cuiabá já foi alvo de investigação. Em outubro de 2021, Emanuel chegou a ser afastado durante a Operação Capistrum, que investigou um cabide de empregos na Prefeitura para acomodar indicação de aliados, obter, manter ou pagar por apoio político.
A operação, do Ministério Público Estadual e Polícia Civil, identificou as contratações irregulares de servidores temporários, que, em sua maioria teria sido realizada para atender interesses políticos do prefeito. À época, o chefe de gabinete de Emanuel, Antônio Monreal Neto, foi preso temporariamente.
Falta de médicos
Mesmo com o aumento de contratações, o interventor afirmou que a falta de médicos nas unidades públicas de saúde deixou mais de 139 mil cuiabanos desassistidos. Ao todo, foi encontrado um desfalque de 31 médicos na Saúde da Família.
A Saúde da Família está no primeiro nível de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) e é considerada uma estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da atenção básica.
“Considerando que cada equipe de Saúde da Família é responsável pelo cuidado de, em média, 4.500 pessoas, pode-se afirmar que possuímos 139.500 cidadãos cuiabanos desassistidos”, disse em trecho do documento.
O programa de Saúde da Família deveria proporcionar multiprofissionais em unidades básicas de saúde, formadas por: médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, cirurgião-dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico de higiene dental.
Escassez de insumos
Também nas unidades básicas de saúde foi identificada a falta de medicamentos e insumos.
De acordo com o documento, a falta desses produtos influencia no tratamento de doenças crônicas, como diabete e hipertensão. Além disso, ainda faltam equipamentos para administração de medicamentos endovenosos, como cateter.
“Há falta de equipamento para administração de medicamentos endovenosos, não havendo sequer soro fisiológico para realização de cuidados básicos como lavagem oftalmológica, odontológica, curativos e infusões venosas para tratamento de urgências na atenção primária”, disse no relatório.
A escassez de insumos foi uma das reclamações principais dos médicos que denunciaram a precariedade da Saúde Municipal.
Fonte: Mídia News
Leave a Reply