Segundo a categoria, as operadoras de saúde pagam aos profissionais apenas R$ 12 por sessão de fisioterapia, enquanto o custo médio deste atendimento gira em torno de R$ 48. Entre os custos apontados pelo setor estão a carga tributária altíssima, custos fixos mensais, como energia elétrica, além de investimentos na equipe, como participação em congressos, cursos, palestras e seminários, para assegurar a eficácia nas condutas fisioterapêuticas.
Outra queixa é a de que os prazos estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde para reajustes contratuais não são respeitados pelas empresas. Com isso, as clínicas de fisioterapia acumulam prejuízos, que fazem com que elas não consigam se manter no mercado por muitos anos. Algumas destas prestadoras de serviço, por exemplo, estão sem reajuste desde 2019, recebendo valores extremamente defasados.
Na prática, se o fisioterapeuta atender somente clientes de planos de saúde, ela não paga as contas. Empresas de consultoria financeira detectaram que o prejuízo financeiro de uma clínica que atende mais operadoras de saúde em detrimento do atendimento particular varia entre -235% a -305%, fato que corrobora matematicamente que o cliente privado que sustenta a empresa de portas abertas.
Os profissionais apontam que se não forem pagos valores justos pelas operadoras de saúde, o único caminho possível será o de descredenciamento dos planos, deixando os pacientes sem atendimento. Para debater o assunto, será realizado no auditório do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Mato Grosso (Crefito-MT).
O evento está marcado para o dia 1º de agosto, as 19h, com a participação da advogada especialista em Direito da Saúde, Gaia Menezes, o interventor federal do Crefito 9, Silano Barros, e a consultora financeira Patrícia Capitanio. Entre os assuntos que serão debatidos estão o piso salarial da categoria, além de um projeto de lei do deputado estadual Diego Guimarães.
“Nosso objetivo é trazer a luz aos usuários das operadoras de saúde principalmente, as grandes dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas de fisioterapia que impossibilitam a continuidade dos serviços e que, num futuro próximo não terão mais os tratamentos fisioterapêuticos a disposição. O compromisso do fisioterapeuta foi e sempre será oferecer ao usuário um serviço seguro e de qualidade a todos, independente da alteração físico funcional existente, mas para isso precisamos aporte financeiro viável as necessidades empresariais”, disse uma das profissionais.
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