A dez dias do primeiro turno da eleição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ser pessoalmente contra o piso de enfermagem e, temendo a repercussão negativa de sua fala na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, abandonou uma entrevista que gravava com o jornalista Luís Ernesto Lacombe para a Rede TV.
Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, o ministro respondeu que ele “como cidadão” é contra o piso, mas se arrependeu logo em seguida. Por isso, pediu que a entrevista fosse interrompida e que não seja exibida.
Desde que o piso da enfermagem foi aprovado, o Ministério da Economia era contrário à medida pelo forte impacto que teria para Estados e municípios. A pasta temia que a conta, que pode chegar a R$ 16,5 bilhões, segundo cálculos, fosse empurrada para a União, seja por meio da correção da tabela do SUS ou outra ação.
A lei que estabeleceu o piso salarial dos profissionais de enfermagem entre R$ 2.375 e R$ 4.750 foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no início de agosto. O Congresso, no entanto, ao aprová-la, não indicou as fontes de recursos para os gastos extras, especialmente de Estados e municípios. Essa foi a principal justificativa do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para suspender a lei em decisão liminar, depois confirmada pelo plenário virtual da Corte na última quinta, 15.
Fonte: Estadão
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