A juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, determinou a quebra do sigilo bancário do ex-chefe de gabinete do prefeito Emanuel Pinheiro (MBD), Antônio Monreal Neto, o ‘Neto’, e da empresa Monreal Advogados Sociedade de Advogados, para investigar o pagamento de 264 despesas pessoais do prefeito e sua família. A decisão circula nesta terça-feira (31).
O pedido partiu do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que afirma ter encontrado as informações no celular apreendido durante a Operação Capistrum, deflagrada em outubro do ano passado. Segundo o MP, ao acessar o conteúdo do referido aparelho, a periciaverificou a existência de centenas de mensagens referente a gastos pessoais de Emanuel Pinheiro e seus familiares comunicados no e-mail pessoal do investigado, que na época atuava como chefe de gabinete de Pinheiro.
Diante disso, a magistrada afirma em sua decisão, que a quebra de sigilo seria importante para às investigações, “pois a referida medida permitirá identificar se as contas nas quais os cartões estavam vinculados também pertenciam aos investigados; de que foram e com quais recursos eram efetuados os pagamentos das respectivas faturas”, diz trecho da decisão.
Deacordo com o relatório técnico da perícia dos celulares apreendidos durante a Capistrum, o MP afirma que Neto seria o titular de duas contas bancárias, “de onde são debitados os cartões Mastercard e Person Mult MC Plat, respectivamente, emitidos em nome de Márcia Pinheiro e Emanuel Pinheiro, onde estes fazem inúmeras aquisições”, diz trecho do relatório anexado aos autos do processo.
“Foram localizadas, no aparelho celular, conversas particulares de Emanuel Pinheiro no aplicativo WhatsApp, sob o codinome “Sinatra”, e 264 (duzentos e sessenta e quatro) mensagens, referentes principalmente a compras em cartões de crédito debitados em duas contas correntes, nas instituições financeiras Itaú e Sicoob, de forma que, a cada débito realizado, a instituição financeira enviava uma mensagem no celular cadastrado em nome de Antonio Monreal Neto, e que era utilizado por Emanuel Pinheiro”, alegou o Ministério Público.
Antonio Monrela Neto foi preso no dia 19 de outubro durante a Operação Capistrum deflagrada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco). Na mesma decisão, Emanuel Pinheiro foi afastado do cargo.
O chefe de gabinete é acusado de tentar obstruir investigações na Secretaria Municipal de Saúde. No dia 22 de outubro, o desembargador Marcos Machado revogou a prisão temporária, impondo várias medidas restritivas e uso de tornozeleira eletrônica, que foi retirada em dezembro.
Capistrum
Deflagrada em 19 de outubro pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), a operação decretou busca e apreensão e sequestro de bens em desfavor do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro, da sua esposa Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro, do chefe de gabinete Antônio Monreal Neto, da secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos Ivone de Souza e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas Ricardo Aparecido Ribeiro.
Fonte: Gazeta Digital
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