Na tentativa de evitar um desmonte do seu palanque de reeleição, o governador Mauro Mendes (União) avalia a possibilidade de desfazer o acordo com o PL de Mato Grosso e deixar o seu palanque livre para todos os presidenciáveis, incluindo o ex-presidente Lula (PT).
A possibilidade está sendo avaliada pela cúpula da campanha do governador, que quer evitar as saídas do PP, PSD, PSB e MDB do seu palanque. Para seus interlocutores, a candidatura de Lula no Estado vem ganhando força e poderá complicar a sua reeleição.
A mudança de postura do governador em relação a uma aliança com o senador Wellington Fagundes (PL) e com o presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorre após uma grande articulação nacional para que o palanque da federação PT, PCdoB e PV, seja o maior do Estado, incluíndo o apoio de parte do agronegócio à candidatura de Lula no Estado.
Mendes teme perder apoio de Neri Geller e Carlos Fávaro, que estão liderando o apoio do setor produtivo a Lula. Apesar da tentativa de evitar o racha, dificilmente a federação aceitará caminhar com o governador Mauro Mendes.
Neri Geller (PP), pré-candidato ao Senado, esteve reunido nesta sexta-feira (8) com representantes da federação, o ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (MDB) e Maria Lúcia (PCdoB), ambos cotados para disputar o governo pela federação.
No encontro, que ocorreu no gabinete do deputado Valdir Barranco (PT), Neri reafirmou que continua com o apoio ao ex-presidente Lula e que isso seria irreversível. Já a federação reafirmou a possibilidade de Percival ser o candidato grupo, o que descarta uma possível aliança com Mauro Mendes.
Nos bastidores, a informação é de que o governador quer propor que seus aliados lancem várias chapas avulsas, ou seja, que lancem candidatura ao Senado isoladamente da candidatura ao governo. Em contrapartida, Mendes estaria disposto a subir no palanque de todos os presidenciáveis dos partidos de sua base aliada.
Resta saber se o PL de Wellington Fagundes e Jair Bolsonaro aceitaria essa divisão ou se decidirão pelo plano B, que seria lançar o deputado federal José Medeiros (PL) ao governo.
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