Estado que elegeu 99% de sua bancada federal alinhada com o bolsonarismo, Mato Grosso se tornou o epicentro dos atos antidemocráticos em frente aos quartéis e nas rodovias desde a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), com grande foco de violência e episódios de vandalismo ou terrorismo, como muitos tem classificado.
Tais atos de violência como queima de caminhões, troca de tiros com autoridades policiais e ataque a concessionária que administra a BR-163, acabam se tornando imagens que alimentam e insuflam o bolsonarismo no país.
É o que aponta o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Bruno Araújo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e estudioso do populismo político de direita no Brasil.
Segundo o pesquisador, as imagens divulgadas de caminhões pegando fogo e o ataque com armas à concessionária Rota do Oeste no início do mês alimentam a esperança bolsonarista de conseguir o seu objetivo.
“Essas imagens ajudam no engajamento do bolsonarismo no Brasil. E isso é tudo que a extremadireita precisa para continuar sua narrativa de que houve fraude nas eleições e que o comunismo avança pelo país”, diz.
Araújo classifica em suas pesquisas e estudos, o bolsonarismo como um movimento de extrema-direita, já que questiona a todo o momento o estado democrático de direito.
“Eu avalio o bolsonarismo como extrema-direita e não um movimento de direita ou conservador. Porque o conservadorismo e a direita convivem bem com a democracia. Já a extrema-direita demonstra ser incompatível com a democracia e o estado democrático de direito. A todo momento eles usam a narrativa de liberdade de manifestação que se encontra na Constituição para questionar a própria Constituição Federal. Ou seja, eles usam a Constituição para justificar um rompimento institucional que é assegurado pela própria Constituição Federal’, completa.
Fonte: Gazeta Digital
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