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O setor da saúde, o meio ambiente e vida do paciente

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**Natasha Slhessarenko

O modelo de desenvolvimento atual gera mudanças climáticas que impactam tanto as condições ecológicas quanto o bem-estar dos indivíduos.  Daí a importância da responsabilidade ambiental individual e coletiva, importante pauta nesta Semana Mundial do Meio Ambiente.

No caso dos estabelecimentos de saúde, que já zelam pelo bem-estar de seus pacientes, nada mais coerente do que minimizar o impacto causado ao meio ambiente pela sua atividade em si e por todos os resíduos gerados, sempre tendo como foco e centro da atenção à saúde, o paciente*.

Deve fazer parte da missão de toda empresa, em especial para as do setor saúde, incentivar as pessoas a adquirirem e manterem hábitos mais sustentáveis, além de serem disseminadores e provocadores de  reflexões com informações relacionadas à sustentabilidade e meio ambiente.

Até pouco tempo atrás, a preocupação e alinhamento com a sustentabilidade era considerado um diferencial no mercado brasileiro. Entretanto, com a crescente conscientização da sociedade, os diversos problemas enfrentados em todo o mundo em decorrência da falta de responsabilidade ambiental e as previsões alarmantes para um futuro próximo, adotar uma postura sustentável se tornou indispensável. 

Hoje a sigla ESG – Environmental Social Governance – faz parte da agenda de grande parte das empresas e incluem ações que envolvem práticas e políticas sociais, ambientais e governamentais alinhadas com os 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) e que devem estar alinhadas aos propósitos de toda companhia.

Ainda mais em se tratando de empresas prestadoras de serviços de saúde, que hoje para se estabelecerem no mercado precisam obrigatoriamente ter seus olhos voltados para a sustentabilidade e para a atenção integral à saúde do paciente. Ou seja, não se preocupar apenas com os lucros, mas com a promoção da saúde. Não se pode falar em saúde do indivíduo sem falar da saúde do ecossistema que o cerca, são indissociáveis.

Atenção integral à saúde  

Pontuamos aqui cinco pilares fundamentais para a atenção integral à saúde, que nada mais são que a substituição de uma abordagem fragmentada do paciente por um olhar sistêmico que promova o bem-estar do indivíduo e da coletividade, sempre tendo como centro da atenção à saúde, o paciente.

São eles: educação em saúde, sustentabilidade, prevenção, diagnóstico e tratamento.

A educação em saúde pode ser implementada de diversas maneiras, dentre elas a promoção de palestras, a realização de campanhas – Janeiro Branco, Março Azul, Outubro Rosa e Novembro Azul são exemplos clássicos – com abordagem de temas por meio de panfletos, vídeos, entre outros produtos e devemos buscar utilizar a mais rápida e eficaz forma de comunicação no mundo atual – principalmente em tempos de pandemia e controle de aglomerações – que é o uso das redes sociais para a disseminação de informações sobre saúde.

Estas ações contribuem naturalmente para a prevenção no tocante a falar sobre doenças e as suas formas de prevenção.

Outro pilar da atenção integral à saúde chama a atenção para a importância da prevenção realizada através das consultas regulares ao médico, através de check-ups anuais, manutenção do cartão de vacinas em dia, prática rotineira de exercícios físicos, boa alimentação dentre outros.

A prevenção passa necessariamente pelo pilar da sustentabilidade, que é o conjunto de ações que a empresa toma em respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento da sociedade como um todo.

Neste item, estabelecimentos de saúde devem buscar o título de “empresa verde”, investindo em iniciativas como o uso da energia solar, coleta seletiva de resíduos sólidos, estação de tratamento de efluentes, estação de carregamento de carros híbridos, sistema de reaproveitamento da água das chuvas, utilização de equipamentos com baixo consumo de energia, uso de lâmpadas de LAD de altíssima eficiência, conscientização dos colaboradores e pacientes sobre responsabilidade ambiental dentre outras.

E por último vêm os pilares do diagnóstico e tratamento. Depois de feito tudo o que foi possível para evitar o adoecimento, algumas vezes já a doença já se estabeleceu e aí é momento de tratar e minimizar os danos.

É fato que pessoas saudáveis são mais conectadas ao ambiente, que, se bem cuidado, potencializa benefícios físicos e mentais.

Espaços em clínicas e hospitais inspirados na natureza revelam-se cada vez mais eficazes na melhoria da qualidade do atendimento, aceleram o processo de cura da enfermidade, quando aplicável, e de melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares.

Tudo centrado, como já dito anteriormente, mas necessidades do nosso paciente. Esse é o ciclo virtuoso de atenção integral à saúde, modelo contemporâneo que visa atender e enxergar o paciente como um todo, em um contexto de uma medicina preventiva e personalizada.

Então, cuidar e proteger o meio ambiente deve ser tarefa de todos, envolver todos da cadeia de serviços, pois só assim estaremos contribuindo de maneira efetiva para a preservação da vida no planeta.

**Natasha Slhessarenko é pediatra, patologista e conselheira do CFM.

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