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Por que as chuvas do fim de semana causaram devastação no litoral de SP e como ajudar

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As fortes chuvas que caíram no último fim de semana sobre o litoral norte de São Paulo, um dos destinos turísticos mais famosos do país, já deixou 48 pessoas mortas, 47 na cidade de São Sebastião e uma em Ubatuba. Desde então, bombeiros, agentes da Defesa Civil, voluntários, muitos moradores da região, fazem um grande mutirão para retirar sobreviventes e localizar possíveis vítimas ainda soterradas. Há pelo menos 1.500 pessoas entre desabrigadas e desalojadas pela enxurrada.

O desastre, que vem sendo apontado como fruto de extremo climático e falta de investimento em prevenção, pode resultar num número ainda maior de vítimas. Quem está no local acredita que pelo menos 30 vítimas ainda estejam sob os escombros dos deslizamentos que aconteceram em vários pontos. Uma das áreas mais atingidas foi a Rodovia Rio-Santos. A estrada teve pelo menos quatro bloqueios de interdição total devido aos deslizamentos e alagamentos e mais de 10 com interdição parcial. Muitos turistas, que foram passar o carnaval na região de praias, ficaram ilhados, o que amplificou as consequências da enxurrada.

As chuvas foram avaliadas como as mais intensas já registradas em 24h no país. O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, anunciou que trechos da Rio-Santos, podem ter desaparecido. Ele decretou estado de calamidade em vários municípios paulistas. Na segunda-feira (20/02), o presidente Lula sobrevoou com o governador de São Paulo a região e prometeu ajudar na reconstrução da rodovia e das moradias destruídas.

Para se ter uma ideia do volume de chuvas, o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemadem) estimou que, entre 9h de sábado (18/02) e 9h de domingo (19/02), a precipitação atingiu 680mm em Bertioga e 626mm em São Sebastião, onde se concentra a maior parte das mortes. Além disso, choveu 388mm em Ilhabela, 335mm em Ubatuba, 234mm em Caraguatatuba, 225mm em Santos, 203mm em Praia Grande e 183mm em São Vicente. Cada milímetro – registrado em pluviômetros – corresponde a um metro quadrado de água.

A Defesa Civil do estado informou que havia previsão de temporal para o fim de semana, mas que não se imaginava que as chuvas seriam tão volumosas. O trabalho de socorro teve que ser feito ainda sob forte chuva, dificultando a ação dos agentes.

O desespero da população foi registrado em imagens feitas pelos próprios moradores e voluntários. Uma delas, que ganhou as redes sociais e impulsionou uma série de campanhas para recolhimento de doações de roupas e mantimentos, é de uma fila de pessoas resgatando um bebê em uma área completamente alagada e coberta de lama. Os relatos de moradores que escaparam do desastre são assustadores. O ajudante de pedreiro Thiago Aparecido da Silva, de Santos, contou, ao chegar no abrigo improvisado na Escola Municipal Professora Patrícia Viviani, no Centro de São Sebastião, que escavou o forro de casa e quebrou o telhado para escapar com a mulher e três filhos:

— De madrugada, acordamos com barulho de pedra no meio da chuva forte. Vimos uma geladeira e parte das paredes descendo a rua. Como a chuva estava forte, não saíamos, mas a casa do vizinho deslizou e bateu na nossa —- recordou-se

Para amenizar os problemas decorrentes da destruição da rodovia e das perdas materiais, a ministra do Planejamento,Simone Tebet, disse que as pessoas das cidades atingidas terão direito a saques do FGTS e serão priorizadas na distribuição de unidades do Minha Casa Minha Vida. Ela afirmou que a Defesa Civil dispõe de R$ 579 milhões para enfrentar calamidades públicas ao longo de 2023.

Diante das necessidades imediatas da população, uma série de iniciativas foram organizadas por voluntários e pelo estado para receber doações. Entre os pontos de arrecadação de mantimentos, estão o Fundo Social de São Paulo (Avenida Marechal Mario Guedes, 301, Jaraguá, na Zona Oeste da capital paulista), de onde os itens sairão para as defesas civis da região afetada; e as regionais da Secretaria de Serviços Públicos da própria cidade de São Sebastião, como as regionais Centro (Rua João Cupertino dos Santos, 249, Centro, (tel: 12-38912050); Topolândia (Avenida Professor Dr. José Machado Rosa, 171, tel: 12-38931305); Costa Norte (Rua do Parque, 04, tel: 12-38611234); Regional Maresias (Avenida Dr. Francisco Loup, 1.316 tel:12-38657094); entre outras. A ONG Gerando Falcões se compromete a doar R$ 1 para cada R$ 1 doado, através do PIX com chave CNPJ: 18.463.148/0001-28, e o Instituto Verde Escola mantém pontos oficiais de recolhimento de doações em São Paulo, na Rua Tabapuã 81, Itaim Bibi (na entrada do prédio) e na Rua Lourenço Prado 175, Cidade dos Bandeirantes, Butantã, entre 8h e 17h.

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