fbpx

Profissionais de saúde da rede básica de Cuiabá reivindicam condições mínimas de trabalho

Início » Profissionais de saúde da rede básica de Cuiabá reivindicam condições mínimas de trabalho

Em resposta, secretária de saúde declara: “Se está ruim, peçam para sair”

A saúde pública em Cuiabá é um problema antigo, que foi agravado pela pandemia do coronavírus. Se não bastassem essas dificuldades, em pouco menos de quatro anos foram sete secretários municipais de saúde, escândalos envolvendo corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, operações policiais e um ex-chefe da pasta preso.

Nos últimos dias, profissionais de saúde da rede básica da capital têm se queixado da sobrecarga de trabalho, falta de segurança durante os plantões, além da falta de insumos, medicamentos e equipamentos básicos para atender à população.

Durante conversa em um grupo de whats-app entre médicos e a secretária Municipal de Saúde de Cuiabá, Suelen Danielen Alliend, os profissionais reivindicaram a contratação de mais médicos para suprir a demanda de atendimento nas UPAs e Policlínicas, que se encontram com “furos” nas escalas de plantão, pagamento de salários atrasados e aquisição de materiais necessários para os atendimentos.

Em outro momento da conversa, um médico relatou que em seu último plantão, deu entrada na UPA uma criança de três meses em estado gravíssimo e que por pouco deixou de ser atendida por falta de leito de UTI e equipamento adequado para sua entubação.

Outro profissional compartilha situação parecida, em que a família de uma criança de dois meses que oferecia risco de vida precisou procurar a rede particular para que houvesse atendimento adequado ao caso.

“Passei por esse apuro ontem. Criança de 2 meses, grave, sem vaga para transferência ou UTI. Sem material para oferecer suporte de oxigênio, sem material e suporte para entubar. A família notou que estava piorando e não tinha suporte e evadiu, falou que ia buscar um hospital particular. O coração fica apertado de passar por isso”, relata o médico.

Em resposta, Alliend demonstrou indiferença às situações relatadas e reivindicações, e disse que se os profissionais não estão satisfeitos, que se demitam. “Aos insatisfeitos que mentem aí que não tem condições mínimas de trabalho, o que vocês estão fazendo aí perdendo o tempo de vocês e também o nosso tempo????? Está ruim que peçam para sair mesmo e deem lugar aos demais que querem trabalhar”.

Mesmo sendo o segundo mandato de Emanuel Pinheiro à frente da prefeitura de Cuiabá, Alliend culpou gestões anteriores pelo caos na saúde. “Quero deixar aqui claro e muito bem claro a todos que a Secretaria municipal de saúde e a gestão da nossa Prefeitura estão trabalhando muito para resolver os problemas, estes que pegamos de várias gestões, mas enquanto tivermos pessoas pessimistas que só reclamam, reclamam e reclamam até do vento, será difícil agradar a todos.”

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde não deu retorno à reportagem.

Sindimed-MT

O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) denunciou, nesta semana, a falta de organização da Prefeitura de Cuiabá em completar as escalas médicas de plantão para atender a população nas UPAS e Policlínicas da  capital.

Segundo o sindicato, a Prefeitura exonerou vários médicos, mas não teve agilidade para suprir a necessidade das UPAs e Policlínicas, deixando “furos” nas escalas de plantão.

 “Tivemos acesso às escalas incompletas e ficamos chocados com o elevado número de falhas. Existem unidades com demandas altíssimas, onde deveriam ter três médicos para ser possível dar um atendimento de qualidade aos pacientes, mas normalmente tem apenas dois médicos, sendo que em muitos casos somente um médico está escalado”, disse ele.

Lucena afirmou que o sindicato cobra desde a primeira gestão de Emanuel Pinheiro, mas que mesmo assim não deu andamento ao concurso público para o setor.

Da redação TMP

 

 

Leave a Reply

Your email address will not be published.