O governador Mauro Mendes (União), expressou sua insatisfação com o empenho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-PI), ao determinar a votação da Reforma Tributária ainda nesta semana. Segundo Mendes, um projeto desse porte deve ser amplamente debatido o antes de sua aprovação, ao invés de ser aprovado a ‘toque de caixa’.
“É muito ruim um projeto que ficou em hibernado aí na expectativa de quase 3 décadas, quando ele sai do forno ele precisa ser melhor conhecido, compreendido. Porque se ele é bom, não precisa ter medo, se ele é bom pros brasileiros, se nenhum privilégio. Mas eu já vi que tem, sim, privilégio pras grandes indústrias e principalmente pros exportadores”, declarou o governador nesta segunda-feira (03).
Dentre as críticas, Mauro Mendes destacou a isenção de impostos concedida às grandes indústrias, principalmente aquelas que são as maiores exportadoras do país. Ele considera inaceitável a total isenção de impostos para determinados setores, quando tais empresas geram lucros exorbitantes.
“Um exemplo é a Vale do Rio Doce que o ano passado teve um lucro de R$ 95 bilhões, e que se passar a reforma como está hoje, além de já ter um lucro astronômico, ela não vai pagar nem um imposto na sua cadeia e tudo que for pago ela vai ser ressarcida no final. E quem vai então financiar imposto no país, quem vai financiar serviço de segurança, de saúde. Se os grandes não vão pagar, é porque a classe média, o trabalhador, vai acabar tendo que pagar mais imposto”, completou o governador.
Mendes informou que estará em Brasília a partir de amanhã (04) e retornará apenas na sexta-feira (07), quando está prevista a conclusão da votação na Câmara. Durante sua estadia na capital federal, ele pretende buscar apoio de outros governadores e, principalmente, do relator, a fim de ser ouvido novamente, pois suas demandas não foram atendidas.
“Amanhã, pretendo me reunir com o governador Tarcísio e outros governadores. Vou tentar mais uma vez falar com o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), pois já tivemos diversas conversas e, no final, o relatório apresentado foi muito diferente do que discutimos. O relatório da Reforma Tributária traz diversas divergências, discrepâncias e, principalmente, prejuízos que Mato Grosso pode enfrentar. Não aceitaremos isso”, concluiu o governador.
Segundo levantamento realizado pelo governo do Estado, Mato Grosso poderia ter uma perda de receita anual de R$ 7 bilhões, além do fim do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e dos incentivos fiscais concedidos à indústria.
Da redação TMP
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