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Mendes cita corrupção e prisões e diz que intervenção era esperada

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O governador Mauro Mendes (União) afirmou que, com os escândalos recorrentes na Saúde Pública da Capital, uma intervenção do Estado seria o caminho mais “lógico”. 

“Lamento que tenhamos chegado a esse estado de coisa, que a Justiça tenha determinado ao Estado fazer uma intervenção. Mas temos que reconhecer que uma série de fatores levou a isso. Sucessivas trocas de secretários, escândalos de corrupções, prisão de secretário e muita coisa ruim aconteceu na saúde. Então, isso seria lógico”, afirmou.

“Quando não há gestão, seriedade e responsabilidade com a questão da coisa pública, quem paga o preço é a população”, acrescentou.Quando não há gestão, seriedade e responsabilidade com a questão da coisa pública, quem paga o preço é a população”, acrescentou.

O interventor nomeado por Mendes, o procurador de Estado Hugo Felipe Lima, encontrou as contas bancárias da Saúde zeradas e, conforme nota à imprensa, a falta do dinheiro em caixa não permitiu “realizar o pagamento do contrato junto à empresa Hipermed, que atende a UTI pediátrica do Hospital São Benedito”.

Questionado sobre a ausência de recurso, o governador apontou “falta de competência” do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para gerir a Saúde. 

“Eu procurei não fazer nenhum pronunciamento após a intervenção, porque para justificar a incompetência poderiam tentar puxar isso para um viés político”, disse.

“É lamentável, a sociedade paga um preço caro quando tem gestores que não são comprometidos, não tem competência e, às vezes, falta até honestidade”, completou.

Abertura de leitos

Mendes ainda rebateu às justificativas dada por Emanuel pelo caos vivenciado na Saúde da Capital. Segundo Emanuel, a Saúde da Capital está sobrecarregada por demandas vinda do interior. 

O governador apontou que o recurso para esses atendimentos são repassados pela União e pelo Estado.

“Durante todo tempo que fui prefeito, vocês não vão encontrar uma única linha minha reclamando ou falando que pessoas do interior vinham para cá. Vem, é verdade. Mas a Prefeitura recebe dinheiro para isso”, disse.

Agora, segundo Mendes, os trabalhos do interventor deveram ser voltados para atuação junto à gestão Estadual. Como exemplo, ele apontou a falta de UTI para Covid-19 na Capital.

“Ao longo da semana iremos articular ações conjuntas, com mais celeridade, para abrir esses leitos em Cuiabá. Basta ter competência, compromisso e ir lá e fazer. Vamos ter mais sinergia e produzir uma saúde melhor na baixada cuiabana do que a que vimos nos últimos meses e anos”, completou.

A intervenção

Na prática, a determinação liminar tira a administração do setor das mãos do prefeito Emanuel Pinheiro e a repassa ao Governo do Estado.

O desembargador Orlando Perri atendeu a um pedido do procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, que demonstrou que o setor vive uma “completa calamidade pública” e está colapsado.

A intervenção tem prazo de 180 dias, “salvo se houver motivos justificados e comprovados, que não advenham de desídia, incúria ou incompetência do interventor no afastamento da atual Secretária de Saúde”, disse o desembargador.

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